A pauta não era polêmica, o problema, para alguns vereadores, foi o tempo hábil para se estudar o projeto. Durante a sessão de ontem, 24, na Câmara, o projeto que dispõe sobre a prorrogação do processo seletivo da Fundação Municipal da Infância e Juventude mexeu até mesmo com os parlamentares mais calmos e notoriamente lúcidos, o caso do edil Eduardo Crespo.
Ao que se sabe, o projeto 0018/2019 chegou às mãos opositoras do parlamento goitacá às 15h para entrar em votação às 17h. A bancada oposicionista fez questão de relembrar o rolo compressor rosáceo. Mas o destaque ficou entre a “discussão”, se assim podemos chama-la, entre o vereador Eduardo Crespo e o presidente da Câmara Fred Machado.
“A gente sabe politicamente que o governo tem a maioria na casa. Mas seria possível adiarmos, termos mais tempo pra votar isso semana que vem. Isso vai prejudicar o governo? Porque eu não vou aceitar votar por votar. Gostaria que tivessemos o entendimento. Por acaso, existe uma urgência?”, questionou Crespo.
O presidente contemporizou, mas não deixou de cutucar republicanamente os vereadores, que segundo ele, não se interaram sobre um projeto com “simples, com apenas quatro linhas”.
-Receberam o projeto hoje, tudo bem. Mas tem quatro linhas. É uma prorrogação dos contratos temporários dos educadores e cuidadores, do processo seletivo da Fundação Municipal da Infância e Juventude por tempo determinado, por motivo judicial. Por entendermos que não haverá tempo hábil para sua consumação e convocação dos candidatos. Ou seja, vai acabar o contrato e nós não vamos ter profissionais nas casas e núcleos. Vou colocar em pauta. Não estamos aqui pra puxar para um lado ou outro. A presidência responderá qualquer dúvida indagada em 48h – encerrou o presidente.
O projeto foi aprovado por 23 veredores, outro oposicionista que fez questão de discordar e se abster foi Álvaro Oliveira. O presidente da Casa propôs uma revisão de 48h para, inclusive, sanar qualquer dúvida de seus pares.
O destaque cômico foi a defesa do vereador Genásio, líder do governo, que fez questão da urgência, justificando que “se não fosse correto, sem embasamento, o prefeito jamais enviaria a Câmara”.
Urgência legítima ou mais uma desculpa para ligar o rolo compressor?