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Ex-presidente do TCE diz que pagou propina a conselheiros quando era secretário de Garotinho

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Colaborador da Operação Quinto do Ouro, Jonas Lopes afirmou nesta quinta-feira (14) que, antes mesmo de se tornar conselheiro e presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), entregou propina aos conselheiros do órgão. A entrega, disse ele em audiência nesta quinta-feira (14) no Rio, era feita por ele quando foi secretário da Casa Civil do ex-governador Anthony Garotinho.

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Jonas já tinha admitido anteriormente ter recebido, já dentro do tribunal, mesadas para a Corte ter “boa vontade” com o Poder Executivo em eventuais desvios nos processos.

Nesta quinta, Lopes não detalhou se o então governador sabia do pagamento. Ele disse que os pagamentos eram feitos com dinheiro de uma empresa que fornecia quentinhas para presídios.

“Quando era secretário da Casa Civil, (no governo Garotinho), fazia os pagamentos. A mesada era de R$ 50 mil. Entregava R$ 300 mil porque um dos (sete) conselheiros não participava à época. Entregava a (propina) a um portador do então presidente”, disse.

“Quando da minha entrada no tribunal, encontrei essa prática (de todos do TCE) receber mesada. Era assim: pra ter boa vontade com processos do Poder Executivo”.

A defesa de Garotinho divulgou uma nota sobre o depoimento de Jonas Lopes. “Em face da declaração do Sr Jonas Lopes, a defesa do ex-governador Anthony Garotinho afirma que ele nunca soube e jamais permitiria fatos dessa natureza. Se houve alguma atitude errada por parte do Sr Jonas Lopes, isto não contou com aquiescência do ex-governador”, diz o texto, assinado pelo advogado Carlos Azeredo.

Delatores ouvidos em audiência
O juiz Marcelo Bretas ouve delatores da Lava Jato no Rio nesta quinta-feira (14). A audiência é sobre a Operação Quinto do Ouro, em que cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) foram presos.

Na ação desta quinta, são acusados Jonas Lopes de Carvalho Júnior, ex-presidente do TCE; seu filho Jonas Lopes de Carvalho Neto; o doleiro Álvaro Novis, ligado a Fetranspor.

O primeiro a ser ouvido foi Roberto José Teixeira Gonçalves, ex-Carioca Engenharia. Ele disse que as empresas do consórcio já pagavam a propina e foi chamado pelo então presidente do Tribunal para ser cobrado. A vantagem indevida era em relação à obra da Linha 4 do Metrô.

“A partir daí, tomamos a decisão, eu e Ricardo Pernambuco Júnior, e pagamos duas parcelas (de propina) do que era solicitado”, afirmou.

Ele disse ainda que pagou a vantagem indevida por intermédio de Jonas Lopes de Carvalho Neto, filho do presidente do TCE, que também é delator. Luciana Parente, a responsável por entregar as remessas, confirmou ter entregue os valores.

Os réus do TCE são acusados de receber propina para fazer “vista grossa” ao sobrepreço de obras. Nas obras do Metrô, o TCE teria pedido às empreiteiras 1% do valor orçado. Os conselheiros também teriam sido abastecidos pela “caixinha da Fetranspor”.

No total, segundo o Ministério Público Federal (MPF), a propina chegava a 20%. A operação foi batizada de Quinto do Ouro em referência ao Quinto da Coroa, imposto da Coroa Portuguesa que era justamente de 20% dos mineradores.

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