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Caso Marielle: gravação aponta que Brazão pagou R$ 500 mil por morte de vereadora

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Uma conversa telefônica entre o vereador Marcello Sicilliano (PHS) e o miliciano Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, reafirmou a linha de investigação de que o político Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), seria o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. De acordo com o registro do diálogo, que foi assinado pela ex-procuradora geral da República, Raquel Dodge, enquanto ainda estava à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Brazão teria pago R$ 500 mil pelo atentado. As informações são do portal UOL.
Beto Bomba é um dos chefes do Escritório do Crime, milícia que atua em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. Segundo as informações do UOL, na conversa com Sicilliano, ele apontou também três integrantes do bando que seriam os verdadeiros assassinos da vereadora e do motorista: Leonardo Gouveira da Silva, o Mad, Leonardo Luccas Pereira, o Leléo, e Edmilson Gomes Menezes, o Macaquinho.
Os três criminosos citados são, segundo investigações da Polícia Civil do Rio, matadores de aluguel do Escritório do Crime. Mad, inclusive, é suspeito de integrar o grupo de quatro homens que tentou roubar armas de uma casa de Ronnie Lessa um dia após o PM da reserva ter sido preso.
Nos áudios, o miliciano ainda afirma que o trio teve apoio do major da Polícia Militar Ronald Paulo Alves Pereira, que teria comandado o grupo. No entanto, para a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio (MPRJ), os assassinos são o PM da reserva Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, também apontados como integrantes do Escritório do Crime.
A gravação da conversa foi encontrada no celular de Sicilliano por agentes da Polícia Federal (PF), que apreenderam o aparelho do vereador. Para a então procuradora-geral da República, esse arquivo de áudio “‘é a prova mais importante’, até o momento, do envolvimento de Brazão como “arquiteto do atentado'”, diz a publicação.
Ainda segundo o portal, na data do telefonema, os suspeitos direto do crime eram Sicilliano e o miliciano Orlando Araújo, o Orlando Curicica. Eles foram acusados pelo testemunho do PM Rodrigo Jorge Ferreira, que admitiu posteriormente à PF que mentiu em seu depoimento.
Na conversa, que aconteceu no último dia 8 de fevereiro, quase um ano após as mortes, Sicilliano pergunta ao miliciano quem seria o mandante do crime. Beto Bomba respondeu: Domingos Brazão, adversário eleitoral do vereador. O miliciano ainda afirmou que tudo foi executado pelo Escritório do Crime, sem o consentimento do homem apontado como principal líder do grupo: o ex-PM Adriano Magalhães da Nóbre, o “Capitão Adriano”, que está foragido desde janeiro.
Beto Bomba também afirmou a Sicilliano que Brazão teria pago R$ 500 mil pela morte de Marielle e que a intermediação entre o mandante e os assassinos foi feita por outro integrante da milícia de Rio das Pedras: o ex-PM Marcus Vinicius Reis dos Santos, conhecido como Fininho.
Beto Bomba, era procurado pela Justiça desde 23 de janeiro, pois havia contra ele um mandado de prisão determinado no âmbito da Operação Intocáveis, cujo objetivo foi o de desmontar a milícia de Rio das Pedras e o Escritório do Crime. No entanto, se entregou à Polícia Civil do Rio, em maio, e está preso desde então.
Em depoimento, Sicilliano afirmou que não sabia que a conversa tinha sido gravada pelo celular. Procurado, o vereador não quis se pronunciar sobre o assunto. A reportagem ligou para os telefones da advogada de Beto Bomba cadastrados na OAB, mas as chamadas não foram completadas.

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